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Galeria Yayoi Kusama: Instituto Inhotim inaugura nova galeria permanente

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Galeria Yayoi Kusama: Instituto Inhotim inaugura nova galeria permanente

POR Redação

julho 6, 2023

A partir do dia 16 de julho, o Instituto Inhotim irá abrir as portas de sua vigésima galeria permanente, a Galeria Yayoi Kusama. Dedicado à renomada artista da atualidade, Yayoi Kusama (Matsumoto, Japão, 1929), o espaço contará com duas de suas obras: I’m Here, But Nothing (2000) e Aftermath of Obliteration of Eternity (2009), trabalhos pertencentes à Coleção do Instituto Inhotim, adquiridos em 2008 e 2009, respectivamente.

“A Galeria Yayoi Kusama incorpora os mais altos objetivos do Inhotim de oferecer ambientes únicos para a experiência de obras de arte excepcionais em grande escala para um público amplo e diversificado”. – diz Allan Schwartzman, cofundador do Inhotim.

Sobre a artista  

Yayoi Kusama é reconhecida internacionalmente por sua criatividade em instalações imersivas. Em suas criações, a artista busca romper o limite entre obra e espectador, sendo um convite a um mergulho no universo sensorial criado. Suas obras buscam brincar com a ideia de percepção em verdadeiras performances e atos de happenings, a partir do uso de cores, contrastes, luzes e sombras. Além disso, contam com uma técnica que envolve pontos e círculos – polka dots – recorrente na carreira de Kusama.

Polka Dots característicos da artista
(Créditos: Daniel Mansur)

“A ideia é pensar a dissolução do individualismo, buscando uma comunhão com o universal, borrando os limites do que é obra, espaço, corpo e paisagem”, explica Douglas de Freitas, curador do Inhotim.

Há, em suas obras, uma ideia geral que conecta o conjunto de seus trabalhos e a acompanha durante toda a sua carreira. O conceito de auto-obliteração [Self-Obliteration] consiste na abolição da individualidade para se tornar um com o universo. É dessa maneira que Kusama nos lembra que algo maior nos conecta e que fazemos parte de um todo.

Conheça as obras na Galeria Yayoi Kusama

I’m Here, But Nothing (2000)

Com iluminação de luz negra, incontáveis pontos brilhantes coloridos tomam um ambiente doméstico comum. Os móveis e os objetos que compõem I’m Here, But Nothing são corriqueiros de uma casa. Os pontos em tinta fluorescente são adesivos que se espalham pelas paredes, por todos os objetos, no teto e no chão.

Com a luz ultravioleta, esses pontos coloridos cintilam ao olhar do espectador, transformando o espaço, ativando a percepção e, de certa maneira, preenchendo um vazio. A está dentro da concepção da artista da auto-obliteração, no sentido da dissolução da pessoa espectadora no próprio ambiente.

I'm Here, But Nothing (2000)
(Créditos: Daniel Mansur)

Aftermath of Obliteration of Eternity (2009)

Aftermath of Obliteration of Eternity parte dos princípios da filosofia de auto-obliteração pensados pela artista. Eles se baseiam do desejo de negar a sua existência se unindo ao infinito, como parte de um todo. O ambiente imersivo segue a proposta de conduzir o espectador a um universo completamente diferente do exterior, um cosmo transcendental.

O aspecto da obra nos remete a uma miragem contínua iluminada por lanternas, que vai se esmaecendo à medida em que a nossa percepção se afasta da realidade. Na tradição japonesa, esse tipo de iluminação está ligado à espiritualidade, uma conexão com os ancestrais, inspirada na cerimônia tradicional japonesa Tooro nagashi.

A Arquitetura da Galeria Yayoi Kusama

Fachada Galeria Yayoi Kusama
(Créditos: Ícaro Moreno)

Fernando Maculan (MACh) e Maria Paz (Rizoma) desenvolveram o projeto arquitetônico da Galeria Yayoi Kusama, em uma área de 1.436,97 m², localizada no Eixo Laranja do Instituto. A proposta da arquitetura da galeria pensa não somente em um espaço protegido para receber as instalações, mas também para o seu público.

Por isso, sua arquitetura trabalha com a ideia da espera e da permanência em um espaço de convívio. “Dada a relevância do trabalho de Yayoi Kusama e a conhecida atratividade de grandes públicos, o projeto da galeria conta com um amplo espaço de espera e preparação”, explicam os arquitetos.

O Projeto Paisagístico que conversa com as obras de Kusama

O paisagismo da galeria foi realizado por Juliano Borin, curador Botânico do Inhotim, Geraldo Farias, da equipe do Jardim Botânico do Inhotim, com contribuições de Bernardo Paz. O jardim é inspirado em um jardim tropical multicolorido, com um toque de psicodelia, onde foram plantadas mais de 4 mil bromélias. Além disso, remete também a ligação de Yayoi Kusama à sua origem japonesa e aos dots que se repetem em sua obra.

Narcissus Garden Inhotim: Yayoi Kusama já está no Instituto Inhotim

De Yayoi Kusama, o Inhotim já exibe a obra Narcissus Garden Inhotim (2009), que faz referência ao mito de Narciso, aquele se encanta pela própria imagem refletida na água. Narcissus Garden Inhotim reúne 750 esferas de aço inoxidável sobre um espelho d’água, no terraço do Centro de Educação e Cultura Burle Marx, prédio desenhado pelos Arquitetos Associados. Nas palavras da artista, a obra se comporta como “um tapete cinético”, dada a ação do vento, que cria diferentes agrupamentos das esferas em meio à vegetação aquática.


 

Redação

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