Uma nova descoberta no norte de Malta está lançando luz sobre capítulos até então desconhecidos da história humana na ilha. Pesquisadores do Instituto Max Planck e da Universidade de Malta identificaram evidências de que grupos de caçadores-coletores chegaram ao arquipélago cerca de 8.500 anos atrás — mil anos antes da chegada dos primeiros agricultores neolíticos, que até então marcavam o início da ocupação humana conhecida na região.
O achado foi feito na Caverna Latnija, também chamada Għar Tuta, situada em Mellieħa, uma das áreas mais cênicas do norte maltês. Ferramentas de pedra, restos de fogueiras e fragmentos de ossos de animais sugerem que esses primeiros habitantes viviam da caça e coleta, com uma dieta que incluía aves, peixes e até espécies como o veado-vermelho. As evidências apontam ainda para uma surpreendente capacidade de navegação marítima, considerando que esses grupos provavelmente cruzaram mais de 100 quilômetros de mar aberto a partir da Sicília usando embarcações rudimentares feitas de troncos.
A pesquisa, publicada na revista científica Nature, não apenas antecipa o início da presença humana em Malta como introduz formalmente o período Mesolítico na cronologia da ilha. Esse avanço tem implicações importantes para a arqueologia do Mediterrâneo, ao demonstrar que populações pré-agrícolas já navegavam com desenvoltura e se estabeleciam em ilhas consideradas de difícil acesso.

Para os visitantes, essa revelação traz uma nova camada de significado à experiência de explorar Malta. Mellieħa, além de seu mar azul cristalino e trilhas costeiras, agora se projeta como um ponto de interesse arqueológico de grande relevância. A descoberta reforça o papel do país como um destino para além das belas praias — ideal para quem busca vivências culturais e históricas. O sítio de Latnija junta-se a outros marcos locais como os templos megalíticos de Ħaġar Qim, Mnajdra e o Hipogeu de Ħal Saflieni, consolidando Malta como uma referência em turismo arqueológico no Mediterrâneo.
Neste contexto, a ilha continua a surpreender não só por sua beleza natural, mas também por oferecer aos seus visitantes uma conexão íntima com as origens mais remotas da presença humana na Europa. Para quem deseja conhecer um destino onde história e paisagem se entrelaçam com autenticidade, Malta revela — mais uma vez — que ainda guarda histórias esperando para serem descobertas.