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Além do luxo: hotéis transformam destinos e comunidades

Hotelaria

Além do luxo: hotéis transformam destinos e comunidades

POR Redação

novembro 14, 2024

O turismo regenerativo entrou definitivamente no foco dos hotéis de luxo, assim como na experiência dos viajantes pelo mundo. No cenário atual de emergência climática, esse novo jeito de viajar assume uma outra proposta: agora o objetivo não está mais em minimizar os danos causados pelo turismo, mas sim repará-los e trazer benefícios duradouros para as comunidades locais e o meio ambiente.

 
Esse pacote inclui um poderoso ecossistema de ações voltadas para a saúde, educação, emprego e economia que visam desenvolver as relações com a população do lugar, ao mesmo tempo em que cria uma conexão do turista com a região em que se está visitando.
 
Entre as iniciativas, vale destacar a adoção de dietas com mais vegetais para conter gases de efeito estufa, investimentos em agroecologia e produtos orgânicos, em projetos sociais e educativos, além da recuperação de mananciais e mata ciliar.
 
Ações, aliás, que exemplificam o conteúdo presente na “Declaração de Belém”, documento desenvolvido durante as reuniões do Grupo de Trabalho do Turismo do G20, em Belém, no Pará, e que será apresentado durante a Cúpula dos Líderes do G20, agendada para os dias 18 e 19 deste mês no Rio de Janeiro. Foi unânime entre os envolvidos que o setor de turismo precisa ser “sustentável, resiliente e inclusivo”.
 
Por aqui, trazemos três exemplos de destinos pelo mundo que estão dando bons exemplos para o setor, como a The Family Coppola Hideaways, coleção de hotéis do cineasta norte-americano Francis Ford Coppola; o Nayara Resorts, com o seu hotel Nayara Hangaroa, localizado na ilha mais remota do planeta, a Ilha de Páscoa; e o Grupo Filha da Filha, em Pipa, que está redefinindo o turismo no Rio Grande do Norte.
 
Blancaneaux Lodge – Belize
(Crédito Divulgação)
 
 
 
Na América Central, Francis Ford Coppola construiu seus três hotéis de Belize da maneira mais sustentável possível. O primeiro deles é um exemplo a ser seguido, o Blancaneaux Lodge, inaugurado em 1981 como o destino de férias da família do cineasta e que na década seguinte se transformou em um refúgio hoteleiro cercado de cachoeiras e mata tropical. Suas 20 vilas, decoradas com antiguidades e  artesanatos regionais e tecidos guatemaltecos, tudo escolhido a dedo pela mulher de Francis, Eleanor, foram construídas com materiais certificados e provenientes da região e com uma arquitetura que permite o fluxo de ar natural, descartando o uso de ar condicionado. As piscinas têm sistemas salinos que evitam o uso de produtos químicos agressivos ao meio ambiente, enquanto que o riacho que passa pela propriedade produz 85% de toda a energia utilizada no hotel. Outro destaque é seu jardim orgânico de 3,5 acres que, além de produzir grande parte da alimentação dos hóspedes e colaboradores, proporciona uma experiência gastronômica em que os visitantes colhem seus próprios ingredientes para uma verdadeira refeição vegetariana – espere por um ceviche de vegetais ou um mojito de capim-limão. Já como parte de responsabilidade de apoiar a comunidade e a rica cultura belizenha, um dos pilares do grupo, artistas nascidos no país participam ativamente de apresentações e cursos no hotel e jovens ganham bolsas de estudos integrais, além do hotel fazer contribuição mensal para a principal clínica de saúde de Placencia, que atende grande parte da população.
 
Nayara Hangaroa – Ilha de Páscoa
(Crédito Divulgação)
 
 
 
Patrimônio Mundial da Unesco, a Ilha de Páscoa, conhecida por suas antigas estátuas de pedra moai, é um dos lugares mais isolados do planeta e possui uma população que luta para manter viva suas tradições e sua história. Um dos principais objetivos também do Nayara Hangaroa, hotel que expande o pensamento sustentável para além da gestão ambiental, tendo como foco o bem-estar de seus habitantes e o desenvolvimento verdadeiro da economia local. Começando pela arquitetura, o hotel de 75 quartos, todos com terraços privativos com vista para a imensidão do Pacífico, foi projetado como uma homenagem ao centro cerimonial de Orongo e possui os chamados “telhados verdes”, cobertos por grama, que além de imitar as casas antigas do povo rapa nui, foram elaborados para tornar o resfriamento e o aquecimento naturais mais eficazes, minimizando a necessidade de ar condicionado. Já pensando em priorizar a comunidade, quase 100% dos colaboradores são da cidade de Hanga Roa e de outras regiões da ilha, especialmente os guias, que comunicam com excelência a história de seus antepassados. O Nayara Hangaroa realiza programas de certificação para os habitantes que desejam ser especialistas, além de realizar projetos de educação, de segurança alimentar e cuidados com os familiares de seus colaboradores, oferecendo alojamento e transporte gratuito a todos. Segundo eles, o verdadeiro turismo regenerativo vê o investimento na comunidade local como um investimento a longo prazo na saúde do hotel ou resort.

Filha da Lua – Pipa, RN
(Crédito Divulgação)
 
 
 
 
Redação

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